quarta-feira, 3 de abril de 2013

Questões comentadas do SABI

QUESTÃO - 11 Os riscos biológicos são decorrentes da exposição a agentes do reino animal, vegetal e microrganismos ou de seus subprodutos. Tais agentes podem estar presentes veiculados sob várias formas que oferecem risco biológico como, aerossóis, poeiras, alimentos, instrumentos de laboratório, água, cultura, amostra biológica, dentre outras. Para um melhor entendimento
e manipulação adequada desses agentes infecciosos, existe uma classificação de acordo com o grupo ou classe de risco (grupo 1, grupo 2, grupo 3 e grupo 4).
Diante disso analise a frase abaixo e marque com um X em qual grupo a mesma se encaixa.
“Constituído de microrganismos que não provocam doenças no homem ou animal. É o nível
de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios de ensino básico, onde são
manipulados os microrganismos pertencentes a classe de risco X”

a. Classe de risco grupo 1.
b. Classe de risco grupo 2.
c. Classe de risco grupo 3.
d. Classe de risco grupo 4.
e. Classe de risco grupo 5.

Comentário: Alternativa correta (A) – Esta questão relaciona-se com a regulamentação pela CTNBio IN (Instrução Normativa) nº7, de 06 de Junho de 1997. Onde se estabelece as normas de trabalho em contenção e a relação com as classes de risco, que se classificam de 1 a 4. Até 1995, o Brasil utilizava as classificações existentes mundialmente, tais como a do Center for Disease Control (CDC), National Institute of Health (NIH), Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (INSERM), Comunidade Européia, dentre muitas. Todas as classificações utilizam os mesmos critérios para a avaliação de risco dos microrganismos, porém existem alguns critérios variáveis de acordo com a realidade epidemiológica local, o que pode levar à confusões. Por classificação o risco 1 é determinado por: O risco individual e para a comunidade é ausente ou muito baixo, ou seja, são microrganismos que têm baixa probabilidade de provocar infecções no homem ou em animais. Exemplos: Bacillus subtilis.
O aluno mais atento notaria que no corpo do texto explicativo enumera-se somente até o quarto (4º) grupo, aumentando-se assim as chances de acerto (para 25%) uma vez que a alternativa (e) seria excluída.
Vale lembrar que a não classificação de agentes biológicos nas classes de risco 2, 3 e 4 não implica na sua inclusão automática na classe de risco 1. Para isso deverá ser conduzida uma avaliação de risco, baseada nas propriedades conhecidas e/ou potenciais desses agentes e de outros representantes do mesmo gênero ou família.


QUESTÃO - 12 As áreas do ambiente de laboratório precisam ser adequadamente sinalizadas para facilitar a orientação dos usuários, advertir quanto aos riscos existentes e restringir o acesso a pessoas não autorizadas e para isto utilizamos símbolos de identificação de riscos.
Observe o símbolo abaixo e marque a resposta correta.



Este símbolo significa...
A) Risco biológico.
B) Risco físico.
C) Risco químico.
D) Risco de explosão.
E)Risco de ergonômico.

Comentário: Alternativa correta (B) – O referido símbolo está elencado no risco físico, uma vez que o mesmo se relaciona com os diversos tipos de energia; são formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões. Podem ser classificadas em dois grupos:
Radiações ionizantes - Os operadores de raios-X e radioterapia estão frequentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas.
Radiações não ionizantes - São radiações não ionizantes a radiação infravermelha, proveniente de operação em fornos, ou de solda oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios laser, micro-ondas, etc.
Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele, etc.
Para que haja o controle da ação das radiações para o trabalhador é preciso que se tome:

- Medidas de proteção coletiva: isolamento da fonte de radiação (ex: biombo protetor para operação em solda), enclausuramento da fonte de radiação (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x).

- Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador , óculos para operadores de forno).

- Medida administrativa: (ex: dosímetro de bolso para técnicos de raio-x).

- Medida médica: exames periódicos.

Atualização sobre o símbolo de risco físico específico para radioatividade já foi definido com um novo símbolo de advertência de radiação ionizante foi lançado em 15 de fevereiro de 2007, pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) em conjunto com a Organização Internacional para a Padronização (ISO), com o objetivo de reduzir as mortes desnecessárias e os ferimentos sérios de exposição acidental às fontes radioativas de grande porte.


Com um fundo vermelho, ondas de irradiação, um crânio e dois ossos cruzados e uma pessoa correndo (!), o novo símbolo serve como um aviso suplementar ao trifólio, que não tem nenhum significado intuitivo e é pouco reconhecido pelo grande público, exceto por aqueles treinados em seu significado.

O novo símbolo foi desenhado por especialistas em fatores humanos, artistas gráficos e peritos em proteção radiológica após um estudo de cinco anos envolvendo 1.650 pessoas de diferentes idades em 11 países, entre eles o Brasil, para garantir que sua mensagem de “PERIGO – MANTENHA-SE AFASTADO” fosse clara e entendida por todos em qualquer lugar do mundo.
O símbolo é indicado para as fontes radiativas mais intensas, capazes de causar a morte ou ferimentos sérios. Integram essas categorias os irradiadores de alimento, os equipamentos para o tratamento de câncer e as unidades de radiografia industrial. Ao contrário do trifólio, esse símbolo é visível somente dentro dos equipamentos, para aqueles que tentarem abri-los, pois o símbolo é fixado no dispositivo que abriga a fonte, como um aviso para não desmontá-lo ou para não ficar próximo deste por muito tempo.

QUESTÃO - 16 “Geneticistas do mundo inteiro estudam uma maneira de combater o doping genético. Nas Olimpíadas de Atenas, um triste recorde foi batido, sete medalhas foram passadas e vinte e quatro atletas punidos. O resultado poderia até ser pior se as tecnologias existentes conseguissem detectar esse tipo de doping. Essa técnica é fruto do desenvolvimento da engenharia genética e, através dela, é possível estimular o gene da distrofia muscular, que controla o mecanismo de regeneração e crescimento das células musculares.”

Arquivo: Jornal Saúde, http://www.saudeemmovimento.com.br/reportagem/noticia_exibe.asp?cod_n
oticia=1705>, com adaptações.

I) O doping genético ajuda a fornecer vantagens naturais ao atleta, o que seria bem semelhante a uma terapia gênica;
II) A técnica consiste na inoculação direta do gene específico no organismo, o que permite uma intensa síntese proteica gerando um desenvolvimento muscular intenso, porém o doping seria facilmente detectado caso fosse realizado um exame de urina ou de sangue;
III) O doping genético corresponde ao uso de uma técnica de terapia genética para aumentar artificialmente parâmetros fisiológicos, como a massa muscular de um indivíduo.

É correto afirmar que:
A) I e II estão corretas;
B )Apenas II está correta;
C )Apenas III está correta;
D )II e III estão corretas;
E )I e III estão corretas.

Comentário: Alternativa correta (A) – Aborda-se o doping genético, considerado o doping do futuro que é a preparação laboratorial de células humanas que permitem reações endógenas que ajudam a uma melhor performance física. Associado a este conceito de doping genético estão métodos como as transfusões sanguíneas, as autotransfusões e o consumo de hormônios peptídicos como a hormônio de crescimento, a eritropoietina (EPO), ou ainda versões mais recentes (e mais potentes) como a NEPO e a DynEPO.
Nos primeiros casos (transfusões e autotransfusões) são os métodos que provocam índices físicos que fazem dos atletas superatletas. No caso da introdução de hormônios, estamos perante um problema ainda maior: são produzidos artificialmente compostos laboratoriais que provocam desenvolvimentos artificiais na capacidade física dos atletas. As meras análises à urina usadas frequentemente nada detectam há já métodos inovadores que analisam EPO por via sanguínea. Há o uso do doping genético se dá usando princípios básicos da terapia gênica, o doping genético injeta genes diretamente no corpo do atleta utilizando métodos in vivo ou ex vivo (AZZAZY; MANSOUR; CHRISTENSON, 2005). No método in vivo, a entrega do gene pode ser feita por métodos físicos, químicos ou biológicos, sendo este último o mais utilizado. Neste caso, utiliza-se vírus (retrovírus, adenovírus, vírus adeno-associados, lentivírus) como vetores que são modificados biologicamente para promover a inserção do gene artificial em células de um determinado órgão ou tecido-alvo (AZZAZY; MANSOUR; CHRISTENSON, 2005; SINN; SAUTER; MCCRAY JUNIOR, 2005). A técnica de doping genético ex vivo envolve a transferência, primeiramente, de genes para células em meio de cultura e reintrodução para o tecido alvo do atleta. Uma vez implantada no atleta, essas células aumentam a expressão de hormônios e outras substâncias bioquímicas que aumentam o seu desempenho físico (SINN; SAUTER; MCCRAY JUNIOR, 2005).
Os possíveis alvos primários do doping genético em humanos são: a eritropoietina (EPO), enzima conversora de angiotensina 1, hormônio do crescimento humano (hGH), fator de crescimento 1 semelhante a insulina (IGF-1), inibidor de genes da miostatina, folistatina, receptor ativado por proliferador peroxissomal (PPARs), fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), endorfinas e encefalinas, leptina, fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK) e actinina alfa-3 (ACTN3) (UNAL; UNAL, 2004; GATZIDOU; GATZIDOU; THEOCHARIS, 2009; AZZAZY, 2010). Diante da diversidade de genes, diferentes técnicas analíticas têm sido sugeridas para a determinação de doping genético.

QUESTÃO - 34 O sucesso de um laboratório clínico pode resultar da implantação e manutenção de um sistema de gestão concebido para melhorar continuamente o desempenho. Os procedimentos operacionais padrões devem ser redigidos de acordo com as boas práticas
em laboratório clínico. Os POPs devem incluir o seguinte elemento em cada método:

A) resultado do controle externo de qualidade.
B) princípio do método e aplicação clínica.
C) número do lote do kit.
D) data de validade do kit.
E) Resultado do controle interno de qualidade

Comentário: Alternativa correta (B) – Relaciona-se diretamente na manutenção da qualidade, bem com a padronização na realização da técnica utilizando-se métodos modernos (ou consagrados) e livres de grandes variáveis. Torna-se necessário a descrição do método, a observação da precisão do mesmo e os possíveis interferentes metodológicos. A aplicação clínica é de fundamental compreensão uma vez que a obtenção de um resultado deve estar intimamente relacionada com a compreensão fisiopatológica, uma vez que os sistemas biológicos são complementares e há correlação entre as diversas dosagens biológicas.

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